LEITURA BÍBLICA
Romanos 8:29-30
Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que justificou a estes também glorificou.
ESTUDO BÍBLICO
“Na sua onisciência, Deus predestinaria um número exato de pessoas para ser condenado e outro para descansar eternamente? Teria cada homem seu destino traçado?”
Acreditamos que Deus, na sua onisciência, sabe quantos vão vencer a batalha da fé e terminar triunfantes na eterna glória, porém, isso nada tem a ver com a predestinação fatalista.
No que tange à predestinação, ela se baseia, em essência, no “conhecimento anterior” de Deus, no sentido de que o seu “amor eterno”, a preocupação e o interesse pelos crentes é que está em foco. Aqueles sobre quem fixou seu coração de antemão, portanto, são aqueles que se tornaram o alvo de seu decreto determinador.
Esse decreto determinador não é um mero pronunciamento judicial, mas é, sem dúvida, acompanhado por um poder orientador e criador, através do Espírito Santo, que garante o cumprimento do propósito de Deus.
O grande alvo da predestinação é a chamada dos crentes dentro do tempo, e o resultado de ambas as coisas é a transformação do crente segundo a imagem de Cristo, tanto moral (no que tange à participação do crente na própria santidade de Deus, tal como Cristo dela participa), como metafísica (no que convence a natureza essencial de Cristo). Está escrito:
“Assim está também escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito em alma vivente; o último Adão em espírito vivificante.
Mas não é primeiro o espiritual, senão o natural; depois o espiritual.
O primeiro homem, da terra, é terreno; o segundo homem, o Senhor, é do céu.
Qual o terreno, tais são também os terrestres; e, qual o celestial, tais também os celestiais.
E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim traremos também a imagem do celestial.”
1 Coríntios 15:45-49
Não existe, portanto, predestinação para a condenação. Por exemplo: O caso do endurecimento do coração de Faraó, por dez vezes consecutivas, a Bíblia diz que ele mesmo se endureceu contra a ordem de Deus (Êx 7.13; 8.15,19,32; 9.7,34,35; 13.15; 14.22), e dez vezes lemos que Deus o endureceu: Êx 4.21; 7.3; 9.12; 10.20,27; 11.10; 14.4,8,17. Theodoret assim explica o caso: “O sol, pelo seu calor, torna a cera mole e o barro duro, endurecendo um, amolecendo outro, produzindo pela mesma ação resultados contrários. Assim a longanimidade de Deus faz bem a alguns e mal a outros; alguns são amolecidos e outros endurecidos“. Contudo, cremos que esse amolecimento ou esse endurecimento vêm daquilo que o homem apresenta a Deus: um coração contrito, ou orgulhoso.
Deus não endurece o coração de um indivíduo, necessariamente com uma intervenção sobrenatural; o endurecimento pode ser produzido pelas experiências normais da vida, operando através dos princípios e do caráter da natureza humana, que são determinados por Ele. Esta verdade é profundamente hebraica. Um exemplo semelhante desta forma hebraica de pensamento encontra-se em Marcos 4.12, onde Jesus apresenta sua razão para ensinar a verdade sob a forma de parábola. Está escrito:
“Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” Marcos 4:12
Em outras palavras, apesar de a Bíblia declarar que Deus predestina para a vida, para a transformação segundo a imagem de Cristo e para a santidade, isso não quer dizer que Ele predestine algumas pessoas para a condenação, conforme os teólogos calvinistas mais radicais têm imaginado. Deus predestina segundo a sua presciência. Está escrito:
“Eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: Graça e paz vos sejam multiplicadas.” 1 Pedro 1:2
As Escrituras denominam tão-somente os crentes de eleitos, chamados, escolhidos e predestinados, mas sempre relacionados com a sua posição em Cristo, como as varas na videira.
“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” 2 Co 5:17
O fatalismo e a predestinação absoluta nunca fizeram parte da doutrina e tradição apostólica, e são comuns às seitas heréticas que se consideram favoritas da divindade e responsáveis pelo desinteresse, frustração e miséria de muitos indivíduos, povos e igrejas.
Analisando a idéia do destino na linguagem popular, vemos que significa uma forma sobrenatural, indomável e irresistível, da qual não podemos fugir e que limita a nossa liberdade e vontade.
Por ser uma maneira muito cômoda de pensar e de agir, é ela perfilhada por várias religiões e filosofias (fatalismo) e até por confissões religiosas (predestinação absoluta), mas sem base no ensino das Sagradas Escrituras.
Desde épocas imemoriais o homem tem tido o hábito de acumular na lembrança, através da sua agitada existência, pequenos fracassos, desventuras e fatalidades, e com elas construiu um monstro a que deu o nome de “destino”, que compreende como uma determinação imutável, esquecendo as inúmeras bênçãos, vantagens e vitórias alcançadas sobre a adversidade.
Sendo o destino o fim para que tende qualquer ação, o lugar a que se dirige a pessoa ou objetivo em causa, está ele sujeito às leis espirituais e materiais que regem o universo. Assim, a vida é composta de bons e maus sucessos, em conformidade com o tempo, o local, o ambiente, a experiência e a atitude do indivíduo em relação a esses elementos. Cada homem tem, pois, que procurar, na prática de uma boa consciência, o caminho da verdade e do dever, sejam quais forem as conseqüências da sua determinação.
Está escrito na Bíblia que só Deus é realmente bom, e ainda pode ser melhor já que é visto ser a personificação do Amor: Lc 18.19; 1 Jo 4.8. Como pessoa livre, perfeita e justa, criou o homem à sua imagem e tornou-se o alvo de toda a dedicação: Gn 1.26,27; Sl 8. Como podia Deus fazer acepção dentre as suas criaturas e determinar-lhes destinos diferentes, senão aqueles que eles próprios como seres livres e feitos a semelhança da mesma divindade, desejarem de “motu próprio” trilhar? Rm 2.11-16; 10.12-17.
Deus não apenas seria imperfeito, mas também a encarnação da matéria e maldade, se nos induzisse a acreditar no Evangelho para nossa salvação, quando afinal já determinara que nos havíamos de perder ou salvar.
Portanto, nenhum homem, grupo ou organização tem privilégios diante de Deus, a não ser aquele que aceita Jesus como Salvador. Porque Deus não faz acepção de pessoas, e muito menos predetermina, para certos grupos, um juízo, um destino cruel na eternidade. Sobre o assunto a Bíblia diz:
“Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva: convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis?” Ez 33.11a
“Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” Jr 29.11
Jesus abençoe a todos!
Paz…
Arauto de Cristo
A Paz do Senhor! Obrigado irmão por este estudo, confesso que ando bem atribulado em pensar a respeito de predestinação. Não consigo ainda entender a respeito disso, do que a maioria dos Calvinistas, alias todos eles falam. Me doí pensar que uns foram escolhidos para a salvação e outros para permanecerem na perdição. Não sei se estou errado ou certo na minha maneira de pensar e relutar contra esta doutrina. Me ajudou bastante este estudo, no entanto ainda me sinto frustrado, e cortado por dentro. A Paz do Senhor e mais uma vez, muito obrigado.
muito bem explicado. parabéns! a paz!
Se ninguém pode conhecer a Deus sem que Ele tenha se revelado, como você pode crer que alguém possa realmente “encontrar Deus”?
Logo, ninguém encontra Deus, mas Deus é quem se revela a este ou àquele. Deste modo, evidentemente só encontra a Deus aquele a quem o próprio Deus permitir. Os eleitos para serem salvos. Sim! Todos estavam perdidos, então Deus escolheu alguns para não serem condenados. E, não! Isso não o torna injusto! Antes, pelo contrário, quando Deus condenou os pecados de alguns em Cristo, Ele exerceu Sua justiça em Cristo; mas quando Ele condena outros ao inferno, Ele exerce a mesma justiça, mas no próprio pecador.
Veja o texto que você citou:
“Para que, vendo, vejam, e não percebam; e, ouvindo, ouçam, e não entendam; para que não se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados.” Marcos 4:12
Estes são aqueles a quem Deus não converterá os corações, ou melhor, os não eleitos.
Ah.. outra coisa: Um teto para começarmos; Me esclareça Efésios 1:3-14 sem deturpar o texto.
Abraço!
A Bíblia diz que todo homem está distante de Deus, portanto todos os homens
merecem ir para o inferno. A questão não é porque ele não salva alguns, mas sim porque ele Deus salva alguns mesmo merecendo também a mesma condenação daqueles que irão para o inferno? A resposta é, por causa de sua graça. O pecado influenciou toda a humanidade toda criatura sofreu com o pecado. O próprio Deus disse “que não viu um justo sequer”. Os arminianos tem que entender que Deus é soberano e ele escolhe quem ele quer.Sua escolha não está fundamenta em sua presciência mas em sua soberania.Ele não precisa ter um pré-conhecimento de tal situação para tomar suas decisões, pois ele é uniciente. Todos os homens estão mortos em delitos e pecados e não possuem condições sendo maus responder o chamado de Deus se Deus não os chamar primeiro. O próprio Senhor Jesus disse que não foi nós que o escolhemos mas ele nos escolheu. Em relação a soteriologia o arminiano diz que crê que Deus é que salva, mas se o homem disser não então Deus respeitando o livre arbítrio fica impossibilitado de salvar. Isto é no mínimo contraditório quando se encontra com a passagem que diz:” agindo Deus quem o impedirá?”. Enfim embora digam que Deus é responsável pela salvação no final das contas quem dá a ultima palavra não é Deus e sim o homem. Concluímos que se o homem está morto em seu delito e pecado, e ele está, nunca terá possibilidades de escolher a Deus mas Deus sendo soberano e não dependendo do homem para tomar suas decisões, salva o homem pela graça mediante a fé. Pensem nisso!